sábado, 3 de março de 2012

Acidez dos oceanos pode resultar em catástrofe marinha ainda neste século

As emissões de gás carbônico (CO2) provocadas pelo homem não causam apenas o aquecimento global da Terra, mas elevam a acidez dos mares até níveis que poderiam resultar uma catástrofe na vida marinha sem precedentes em poucas décadas. A advertência faz parte de um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science e do qual participaram pesquisadores do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), da Instituição Catalã de Pesquisa e Estudos Avançados (ICREA), e da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB).


O estudo explica que, nos últimos 300 milhões de anos, a química marinha sofreu profundas mudanças, embora nenhuma tão rápida, grande e global como a atual. A acidificação marinha acontece à medida que o CO2 emitido pela atividade humana — originada pela queima de combustíveis fósseis — é absorvido pelos oceanos. Esse processo prejudica muitas formas de vida marinha e interfere principalmente no desenvolvimento das espécies com carapaça ou esqueleto de carbonato cálcico, como corais e moluscos.

De acordo com os autores do estudo, a acidificação dos oceanos já está afetando algumas espécies que são a base principal da dieta de salmões e baleias, entre outros animais marítimos. Esses animais são um elo essencial na cadeia alimentar do oceano. "As águas de altas latitudes, como o oceano Ártico ou o Antártico, que são muito frias e, portanto, muito ácidas e ricas em CO2, alcançarão em uma ou duas décadas condições químicas que impedirão que os organismos com carapaça sobrevivam", explicam os autores.

Passado — Geralmente, a as pesquisas sobre a acidez dos oceanos são baseadas em simulações realizadas em aquários. Contudo, o estudo publicado na Science fez análises paleontológicas e geoquímicas. O trabalho detalhou momentos da história da Terra associados com profunda acidificação, como há 56 milhões de anos, quando as emissões vulcânicas liberaram grandes quantidades de CO2 na atmosfera.

Nesse momento, quando aconteceram grandes extinções, a injeção de CO2 aos oceanos foi, pelo menos, dez vezes mais lenta que a atual, o que permite prever consequências mais catastróficas à mudança antropogênica atual, adverte o estudo. "A única solução é reduzir as emissões de CO2 de maneira drástica é mudar o mais rápido possível o atual modelo energético", ressaltaram os autores.

Fonte: Veja Online
blog do cristiano phb

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