quarta-feira, 20 de julho de 2011

Leão tetraplégico faz tratamento para recuperar os movimentos.

Cristiano fontenele

Biomédico e enfermeira iniciam tratamento utilizado em humanos em Ariel (Foto: Caroline Hasselmann/G1)Biomédico e enfermeira iniciam tratamento usado
em humanos em Ariel (Foto: Caroline
Hasselmann/G1)
O leão tetraplégico Ariel, de 3 anos de idade, que mobilizou uma corrente de solidariedade na internet, começou nesta quarta-feira (20) a primeira sessão de um tratamento que pode fazê-lo recuperar os movimentos das patas. Ariel tem uma doença degenerativa autoimune ainda não identificada.
Para que Ariel possa um dia voltar a andar, veterinários decidiram fazer nele a plasmaférese, um método terapêutico que permite separar elementos do sangue, como o plasma, que contém os anticorpos produzidos pelas doenças autoimunes. Esse plasma é substituído por outro através da reinfusão desse material. O plasma que Ariel recebe vem de doações de sangue de leões do Parque Ecológico da Americana e do Zoológico de Piracicaba.
Uma empresa privada de insumos e equipamentos para bancos de sangue ofereceu a máquina para o tratamento do leão. A enfermeira da empresa, Cristiane Dejean, afirma que os procedimentos adotados em Ariel são os mesmos realizados em seres humanos. Segundo ela, a máquina separa e remove do sangue do Ariel o plasma, e faz a reinfusão com o plasma do sangue de leões doadores saudáveis. “O corpo está brigando com ele mesmo. Está produzindo anticorpos, e como não dá para remover somente eles, é necessário remover o plasma”, diz.
Raquel, 'mãe' de Ariel, beija o animal antes dele receber o catéter para a reinfusão (Foto: Caroline Hasselmann/G1)Raquel, 'mãe' de Ariel, beija o animal antes de ele
receber o catéter para a reinfusão
(Foto: Caroline Hasselmann/G1)
Segundo ela, serão necessárias cinco sessões para finalizar o tratamento. Em cada sessão, seis litros de plasma serão substituídos. Um biomédico e duas veterinárias também fazem parte da equipe que acompanha o processo. Segundo eles, essa é a primeira vez que o método é usado em um leão.
De acordo com o biomédico da equipe do Hemocentro da Unicamp, Eduardo Roveri, que já utilizou a técnica em cavalos, Ariel não vai ser curado com o método, mas vai ter uma melhora e pode ter estímulo para andar, a depender do grau de agressão em sua medula. “Pode não melhorar nada, pode melhorar parcial ou total, depende dessa agressão à medula, que é o local onde os anticorpos são produzidos. Não estamos agindo na causa que ainda é desconhecida”, afirma.
A veterinária responsável pelo leão, Lívia Pereira Texieira, afirma que as doenças autoimunes não têm cura, mas têm controle e tratamento. “Até a descoberta da doença, pretendemos manter o tratamento com medicamentos que têm a mesma base. Depois é só adequar os detalhes terapêuticos do tratamento da doença descoberta."
Preparação
Uma equipe de três veterinárias especializadas em massoterapia, quiropraxia e acupuntura utilizaram técnicas para relaxar o animal antes da reinfusão. “Ele respondeu bem’, diz Camila Morandini, que faz a quiropraxia, técnica utilizada para tratar desordens nos sistemas nervoso, muscular e ósseo.
Parte da juba de Ariel teve que ser depilada para a introdução de um catéter. Esse material serve de passagem para as mangueiras. Uma leva o sangue para a máquina que separa por centrifugação as hemácias do plasma, e a outra devolve o sangue recomposto com o plasma "novo". O procedimento leva em média duas horas.
Raquel Ferreira Borges da Silva, ‘mãe’ do animal, diz estar ansiosa e com esperanças. “Não dormi a noite toda. Espero que seja o começo da recuperação do Ariel. O começo do fim de todo o sofrimento”, afirma.
Veterinária observa pupila do animal enquanto ele recebe técnica de quiropraxia e acunputura que antecede tratamento (Foto: Caroline Hasselmann/G1)Veterinária observa pupila do animal enquanto ele recebe técnica de quiropraxia e acupuntura que antecede tratamento (Foto: Caroline Hasselmann/G1,comblog do cristiano phbfonte : g1 .com

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